sábado, 16 de julho de 2011

Despedida


Foram-se as boas maneiras,
Perdi a sobriedade,
A inocência preferi desvirtuar,
E as belas palavras?
Rasgaram minhas folhas,
Queimaram pelo ódio,
E as cinzas,
Não vou mais juntar.
Os retratos na minha lembrança perderam as fotos,
Ficaram momentos que nunca vi,
Registrados com insanidade,
Tão forte que aperta o que sobrou da minha merda.
Alguns toques rastejaram na minha pele,
E a base da minha criação, 
Ignorada.
Agradeço pelo esforço,
Mas sou o que o mundo me fez,
Vejo sombras que já se foram,
E acho que meu lugar não é mais aqui.
Me cerco pelas mentiras,
Por expectativas que não são minhas.
Cansei de ser objeto de satisfação,
De agradar aos que não me ouvem,
E que não enxergam meus gritos,
Que permanecem em silêncio,
Com medo de incomodar a doce rotina de fracassados.
E atiro agora,
Procurando me excitar,
Com a morte que mais desejei,
E busco meu último sorriso,
Pra deixar à todos as falsas lágrimas,
Que choram por quem nunca foi notado.
Digo meu último olá,
E me esperem no inferno,
Agora volto para o que minha vida foi,
Pois um anjo ousou me salvar,
E mostro minha gratidão a livrando da falha.
Olá... somos só nós agora,
O demônio ingrato,
Um anjo perfeito
E meu gatilho...


João Pedro de Oliveira Braga

Nenhum comentário:

Postar um comentário