segunda-feira, 18 de julho de 2011

Obejeto

Pegue o resto de mim,
Use-o,
Queime o que não quiser,
Destrua parte por parte.
Faça o que sempre quis...
Diga-me o que sempre desejou dizer...
E tire o prazer que puder,
Pois eu sei que seu desejo queima,
Pelo meu lado mais desprezível.
Tente me dizer como quer sua noite,
Meus restos ainda podem te fazer sorrir,
Podem te levar ao delírio.
Ainda posso te dar o prazer que tanto procura,
Posso ser sua ira,
Sua luxúria,
E te fazer sentir orgulho de ser usada...
De ser parte de um resto que ainda resta em mim...
De sentir minha última respiração ofegante,
E depois apenas vai sentir satisfação...
E uma sensação de fim de linha...
Onde nada mais vai fazer sentido...
Enquanto essa carne caminha sem rumo,
À procura de mais uma noite simples,
Mas uma alma pra iludir,
E mais uma poesia pra manchar em minhas cordas de aço.

João Pedro de Oliveira Braga

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